O assunto „escuta ativa“ me fascina tanto que eu poderia escrever dezenas de posts sobre o assunto.
Eu poderia falar dos processos que acorrem no nosso cérebro quando escutamos. De como a informação „viaja“ dos nossos ouvidos até nossos neurônios e „acessa“ nosso banco de dados.
Eu poderia falar sobre como nossos costumes determinam a forma como escutamos, como por exemplo: Se crescemos ouvindo frases do tipo: „para um bom entendedor, um pingo é letra“ – como foi o meu caso – provavelmente vamos evitar perguntar, caso não tenhamos entendido, para não passarmos a impressão de sermos lerdos. Com isso não teremos certeza se ouvimos corretamente.
Eu poderia falar sobre como as palavras carregam uma memória emocional e dependendo das emoções que carregamos delas, vamos „ouví-las“ de forma diferente que outra pessoa.
Eu poderia falar sobre como o nosso estado emocional pode determinar a nossa forma de ouvir, ou seja, se estamos tensos, preocupados ou cansados, provavelmente não estaremos em condições de assimilar a informação que alguém está tentando nos passar.
Eu poderia falar sobre como nossos pré-conceitos podem influenciar de forma determinante na nossa escuta. Por exemplo: se temos uma opinião negativa ou até mesmo de rejeição sobre um determinado assunto ou determinada pessoa, com certeza não estaremos abertos para ouvir falar sobre o tema.
Eu poderia falar sobre como nossas raízes culturais podem interferir na nossa escuta em relacionamentos inter culturais. Por exemplo: uma palavra pode ser usada em um determinado contexto no Brasil e ter um significado, mas ter um significado totalmente diferente na Alemanha.
Enfim, eu poderia ficar falando aqui sem parar de como a nossa escuta pode ser influenciada por inúmeros fatores.
Mas como sei que isso não necessariamente ajudaria meus leitores a se comunicarem melhor, fico tentando me conter e trazer os temas aqui em pequenas doses..
Mas…preciso confessar algo para vocês. Sabem o que mais fascina nesse tema? É entender que cada pessoa carrega um mundo único e exclusivo consigo e que cada ser humano é como uma caixinha de surpresas. E que para acessar o mundo dessa pessoa, eu preciso estar disposta a deixar o „meu mundo“ por algum tempo de lado e permitir que seu mundo me absorva. Só assim eu poderei ouvir a pessoa de verdade e entrar em contato com o SER humano por trás das palavras. Profundo isso. Não é mesmo? Como não amar esse tema?:-)
E você? Como vai a sua escuta? Você consegue ouvir atentamente?